Você joga para quê?
Este texto surgiu de uma experiência que estamos vivendo desde 09/10, quando a escolinha da nossa filha propôs uma gincana entre as famílias.
Desde o instante em que tive contato com a ideia pelo aplicativo da escola fiquei super empolgada, imaginando cenas de interação e brincadeiras entre as famílias. Eu amo estar com nossa pequena e amo saber quem é cada coleguinha dela. Buscá-la na escola é sempre uma delícia, seus olhinhos brilhantes quando me vêem e os dos amiguinhos que vem até a porta da sala querendo interagir.
Bem, a escola convidou então que cada turma escolhesse um nome, um mascote e uma cor. “Filha, para a gincana da escola cada turma vai ter um nome. Qual vamos colocar? (Resgatei os animais das músicas que eles cantam) e ela prontamente escolheu o “ié” (Jacaré). As demais famílias aderiram e eu fiquei muito feliz de ela (nós) termos participado da escolha do nome/mascote/cor.
Caracterizados os grupos, iniciaram as tarefas e a movimentação no whatsapp. Comida da cor do mascote, construir um jacaré de sucata, ir fantasiada, juntar tampinhas plásticas e por aí vai… Registros sendo realizados e compartilhados, e as famílias “se puxando”.
Cada um jogando do seu jeito. Uns curtindo o processo de participar da vida escolar de forma mais ativa, outros pensando no prêmio, outros jogando para vencer… outros conseguindo unir todas as funções de participar da gincana. E você, joga para quê?
Você nota diferença entre jogar para vencer e jogar para desfrutar?
Uma amiga contou de uma experiência em que, minutos antes de encerrar a contagem de uma gincana na escola da filha, chegou um caminhão de doação de alimentos enviado por um pai e a observação dela foi “é, não saber brincar”. Você sabe brincar? Como é brincar e não ganhar? Esta experiência pode ser uma excelente entrada no mundo do “pé no chão”.
Você entra para vencer ou para desfrutar?
Nas terapias comportamentais contextuais entender a função do comportamento é um aspecto central de consciência e mudança. A função diz respeito a este “para que” do nosso comportamento. Quando a gente modifica a função do comportamento, a gente muda a experiência de passar pelo processo.
Eu quero, então, jogar para desfrutar.
Este texto é de autoria do integrante da equipe CEFI Contextus – Martha Wallig Brusius Ludwig