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12 de Junho: Dias dos Namorados e a Flexibilidade Psicológica

Um dia especial porque promove o amor… talvez um dia difícil, porque promove o amor... Ou o amor na forma como é transmitido nos tempos atuais: ‘Numa boa relação as pessoas são felizes, sentem-se felizes, o/a parceiro/a também é feliz, a família e os amigos ficam felizes pela sua felicidade, até o cachorro não poderia ficar mais feliz!’ (Walser, 2016).

Mas o que acontece quando, ao tirar os olhos do mundo virtual, olha para o lado e não vê o que sonhava? E quando as coisas não estão tão boas porque a culpa é do/a outro/a, pois não fala claramente o que pensa, não faz nada para mudar a rotina, descontrola-se nas brigas, parece mentalmente doente e não está à altura para acompanhar um bom raciocínio... Não, definitivamente, o/a parceiro/a não está percebendo todo o mal que faz prá relação... Somente ele/a?

Vamos supor que esta vai ser a realidade dos próximos cinco anos, e não vai mudar. Mas ainda assim vocês escolhem ficar juntos. Os mesmos problemas, os mesmos impasses, as mesmas brigas? O que realmente é importante para o casal? Como seria a relação, ainda com estes problemas? E mais: qual a pessoa que você seria neste período? Você está sendo o/a parceiro que gostaria de ser?

As boas relações não tem a ver com a felicidade, mas com vitalidade, com a manifestação da vida! Isto significa que você e o/a parceiro/a vão sentir ansiedade, vão sentir tristeza, dor, raiva e até medo. Isto significa que você e o/a parceiro/a vão sentir amor, alegria, segurança e prazer... Ah! E em alguns momentos, felicidade!

Os relacionamentos trazem mais sofrimento quando se evita sentir tudo que a vida traz, felicidades e dor, facilidades e obstáculos. Sendo assim, há múltiplos sentidos na relação do casal: o que está no presente, os pensamentos, o contexto, a história de cada um, as emoções. Por meio da flexibilidade psicológica, o casal poderia fazer o que funciona, ao invés de disputar razões, poderia se comprometer com ações, no lugar do controle emocional, poderia aceitar a realidade tal como é, sem esperar que o/a outro/a fosse como se desejaria. Ao ver as coisas como realmente são há a possibilidade de se fazer escolhas. E, se mesmo assim esta é a pessoa que escolhemos, podemos ter ações em direção ao amor, à compaixão, à paciência, à conexão, à tolerância ao mal estar, ao agradecimento e ao equilíbrio entre e autocuidado o cuidado do/a outro/a.

Após a consciência da escolha, segue a grande pergunta: diante das coisas que são importantes na vida conjugal, o que você está disposto/a a fazer para que fique mais próximo do/a parceiro/a que você quer ser? Talvez esta resposta seja o melhor presente do Dia dos Namorados!

Mara Lins: Psicóloga; Doutoranda em Psicologia Clínica-UNISINOS; Mestre em Psicologia Social-PUCRS; Terapeuta de Casal e Família, Docente, Supervisora e Diretora do CEFI.