Que dia é hoje? Parece feriado, ou será domingo?
Que dia é hoje? Parece feriado, ou será domingo? Rotina para quê? Por quê?
E nós? E agora? Muito fácil de nos perdermos diante deste cenário.
Tantas incertezas e inseguranças podem trazer à tona sentimentos de angústia, tristeza,
medo, ansiedade e tantos outros, que em tempos de isolamento se tornam ainda mais
difíceis de darmos conta. É importante tolerar o mal estar e encontrar estratégias
saudáveis para poder seguir em frente, caso contrário podemos cair na tentação de
buscar alívio rápido por meio do consumo de substâncias que momentaneamente nos
anestesiam, fazendo parecer que tudo fica mais leve. Afinal, somos movidos pela
incessante busca do prazer.
Recentemente tivemos oportunidade de ver a live de duas profissionais que integram
núcleos do Cefi, Dra. Cláudia Munhoz e Dra. Martha Ludwig, abordando a relação
entre emoções e adições. Concordo que seja aceitável o consumo consciente de álcool,
quando se tem clareza da função deste e das consequências a curto, médio e longo
prazo. O perigo existe quando o consumo se torna um hábito, tendo o objetivo de
preencher vazios, aliviar emoções desagradáveis e mascarar o sofrimento. Podemos
perceber e dialogar com nossas tristezas, decepções, raiva, medo, ansiedade, aceitá-las e
descobrir formas saudáveis de nos gratificar.
Neste sentido a rotina pode ser uma grande aliada para nossa saúde mental, e digo nossa
mesmo porque também me incluo aqui. Acordar, ter metas para o dia, o negrito é
proposital, a filosofia do A.A (Alcoólicos Anônimos) que ajuda muitos adictos pode nos
ajudar a atravessar esta crise, mesmo para quem não é dependente químico. Viver o aqui
e agora, estar presente sem tentar resolver o que já passou e não volta, tampouco o
futuro que desconhecemos. Mas alguém poderá dizer que é impossível conter nossos
pensamentos, concordo e padeço do mesmo mal, não há o que fazer. Temos apenas que
observá-los, deixando-os ir embora sem nos sentirmos na obrigação de ter que fazer
algo com ou por eles.
Ler um livro, assistir uma série, fazer exercícios físicos, tomar um chimarrão (sem
compartilhar) e colocar em prática coisas que pareciam não ter tempo para serem
realizadas. Eu mesma desejava ter uma pequena horta, já tinha alguns temperos em
vasos, mas agora plantei no solo, mesmo com um pátio bem pequeno, pimentões,
tomates e berinjelas, e tenho passado horas mexendo na terra, apreciando o crescimento
de cada muda, cada nova folha que brota.
E você? Qual será sua estratégia para viver uma vida que valha a pena ser vivida?