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Outubro Rosa: a importância da rede de apoio

O câncer de mama é uma das doenças que mais assombra as mulheres. Existem muitas indicações de prevenção que estão sendo frequentemente atualizadas: fazer autoexame das mamas mensalmente (pois cerca de 90% dos tumores são detectados pela própria paciente), submeter-se a exame de mamas periodicamente (conforme faixa etária), realizar mamografia anualmente, etc.

 

Apesar de todas as indicações de cuidados, todos os anos mais de 55.000 mulheres são diagnosticadas com a doença no Brasil. E diante da necessidade de um tratamento, sentimentos como raiva, tristeza, inquietação, ansiedade, angustia e medo são vividos constantemente. Um diagnóstico tão severo, para muitas pessoas é o primeiro contato com a real possibilidade de finitude da vida. A palavra câncer ainda é mais associada a morte do que a cura.

 

Nas mulheres, o seio representa, entre outras coisas, a diferença entre os sexos, sensualidade, sensibilidade, além de estar ligado a maternidade. Uma doença nos seios, ainda pode abalar a feminilidade atingindo um órgão tão representativo da condição feminina. Um tratamento de câncer causa muitos impactos para além do corpo, podendo ocasionar modificações bem significativas em sua vida social, sexual e profissional.

 

Contar com uma rede de apoio que ajude a enfrentar a doença significa cercar-se de afeto, solidariedade, informações sobre a doença e o tratamento, bem como, apoio para os sentimentos de impotência que envolvem o estar doente. No entanto, é preciso considerar que muitas vezes as pessoas que estão envolvidas emocionalmente com quem está doente, também sofrem e têm suas angustias, medos e dúvidas, fragilizando e precisando de ajuda.

 

Diante disto, a busca por espaço de escuta individual ou familiar, pode facilitar o contato com a realidade sob outros ângulos, possibilitando que a comunicação flua de forma mais clara, dirimindo medos, avaliando projeções e restabelecendo a confiança mutua entre as pessoas e na possibilidade de superar uma situação difícil.
Autora: psicóloga Ana Maria Dalagnese do CORA - Núcleo de Luto do CEFI