Temas Atuais

Mindfulness e Pressupostos da DBT

A Terapia Comportamental Dialética (DBT) apresenta uma série de pressupostos que servem como fundamentos para sua abordagem terapêutica. Um pressuposto, nesse contexto, refere-se a uma ideia aceita como verdadeira sem a necessidade de validação empírica direta, e que pode fundamentar crenças, práticas e teorias em diversos contextos nos quais a DBT é aplicada. Esses pressupostos são aplicados tanto na prática clínica individual quanto nos treinamentos de habilidades e nas equipes de profissionais que empregam a DBT.

Um dos pressupostos principais da DBT é a noção de que “descobrir e mudar as causas do comportamento é mais eficaz do que julgar e culpar”. Essa ideia enfatiza a importância de abordar os comportamentos disfuncionais sem recorrer à crítica ou à culpabilização. Como terapeutas, ao identificarmos comportamentos que desejamos modificar, é comum enfrentarmos uma tendência da mente em lançar críticas excessivas, julgamentos e interpretações negativas. Estes pensamentos são frequentemente acompanhados por sensações desconfortáveis, emoções desafiadoras e autocrítica.

Para lidar com esse tipo de pensamento, sugiro a prática de Mindfulness. Ao cultivarmos a atenção no momento presente, podemos desenvolver maior consciência sobre como esses padrões de pensamento influenciam nossa prática clínica. Isso nos permite abordar os comportamentos disfuncionais de forma mais eficaz, promovendo mudanças positivas tanto em nós mesmos quanto nos nossos pacientes.

Sente em uma postura confortável, relaxada e disposta. Feche os olhos ou mantenha seu olhar em um ponto fixo. Vá observando sua respiração. Observe o ar entrando e saindo. Não precisa modificá-la, apenas a observe.

Traga a sua mente um comportamento seu como terapeuta que você julga. Um comportamento de você como terapeuta em que as críticas ou culpas ou auto cobranças excessivas estejam presentes.

Pense no maior número de detalhes possível nesse comportamento. Onde você está quando ele acontece…se tem alguém com você…qual momento do seu dia isso está acontecendo…

E observe seus pensamentos julgadores.

Note que palavras você usa.

Note o som dessas palavras.

Note o jeito e a forma que essas palavras tomam.

E observe o que mais tem ali com você.

Quais as sensações presentes…você observa alguma emoção?

Como a correnteza de um rio, note e deixe seguir seu fluxo.

E agora observe, apenas observe, as causas para o seu comportamento.

O que você vê?

Faça um quadro disso que você observa, uma imagem.

E o guarde, leve consigo para sempre que for útil notar.

Observando novamente sua respiração. Observe o ar entrando e saindo.