Faculdade do Cefi

Temas Atuais

AS CRIANÇAS PRECISAM DE SEUS PAIS FELIZES, NÃO NECESSARIAMENTE JUNTOS

Às vezes, o divórcio é a melhor decisão que um casal pode tomar, para o próprio bem-estar e dos filhos. Um ambiente onde só há brigas, além de ser um mau exemplo, não é saudável para ninguém, principalmente para as crianças ao ver seus pais, as pessoas mais importantes de suas vidas, em constante conflito e sendo infelizes. Em relação à saúde emocional das dos filhos de pais separados, estas têm mais saúde mental do que as crianças que convivem com as brigas dos pais diariamente.

As crianças não precisam de seus pais juntos, precisam de seus pais bem, encaminhando suas vidas da melhor forma. Há muitos casais que ficam juntos sob o pretexto de que continuarão juntos pelos filhos. Não façam isso! É muito pesado para uma criança sentir a responsabilidade de ter de manter o casamento de seus pais. Se o casal quiser ficar juntos, que a escolha seja consciente, mesmo que seja por um motivo como: “não consigo separar, minha família de origem vai me julgar, minha crença espiritual não aceita, é muito dolorido…” qualquer coisa, menos os filhos “segurarem um casamento”.

Milhares de crianças experimentam o estresse do divórcio de seus pais a cada ano. Como cada criança reage vai depender da sua idade, personalidade e, principalmente, das circunstâncias específicas do processo de separação e divórcio. Se o casal ficar junto, mas mal, isto só vai gerar incertezas, inseguranças e angústia em todos. As crianças que presenciam brigas entre os pais e são expostas a estas por muito tempo, ficam propensas a danos emocionais e podem ter comportamentos mais agressivos, ficar mais introvertidas, deprimidas, responder com gritos ou se aborrecer facilmente em situações estressantes. De certa forma aprendem que a forma de resolver os problemas sempre será assim: com conflito.

Como dar a notícia sobre a separação?

Assim que os pais tiverem certeza de seus planos, é importante conversar com seus filhos sobre a decisão de se separar. Embora não haja uma maneira fácil de dar a notícia, se possível, os pais deveriam estar juntos durante esta conversa. É importante deixar de lado os sentimentos de raiva, culpa ou remorso sobre a relação conjugal. Todos têm o direito de sentir qualquer emoção, mas, neste momento, o foco deve ser o cuidado com as crianças. Antes de falar com os filhos, os pais devem combinar o que será dito e até podem praticar entre si como vão falar sobre isso sem ficarem muito tristes ou com raiva durante a conversa.

A melhor forma é comunicar a situação para as crianças com informações sobre como será no futuro, por exemplo, duas casas, momentos de se encontrar, e, se possível, evitar que a saída de casa seja algo intenso, impulsivo ou com brigas, porque quando as crianças assistem quem está saindo de casa levando suas coisas podem ficar muito angustiadas e preocupadas com quem vai embora.  Também é importante para quem estiver saindo de casa explicar como será a saída, a nova forma de se encontrarem e se despedir com um abraço, avisando quando vão se rever novamente, para não gerar na criança a sensação de abandono.

O divórcio é um processo de luto, ninguém se casa para separar, mas a vida impõe mudanças e será necessário tempo para toda família processar tudo. É importante ter a consciência de que será um novo período de adaptação para todos, pais, filhos, família extensa e amigos.

Precisam de ajuda para isso? Podem buscar profissionais e, inclusive, existem livrinhos infantis que falam sobre este tema, na linguagem da criança. É melhor que os filhos vejam os pais bem, porque isso lhes dá a segurança de que mesmo com o casal separado, a família vai continuar com o afeto, respeito e convívio entre todos.

 

Texto escrito pela integrante do núcleo contextus Mara Lins