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Outubro Rosa - Esta experiência pode ser também transformadora

Outubro Rosa é uma campanha desenvolvida mundialmente e que tem, por finalidade, alertar as mulheres e a população sobre a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que mata tanto homens, como mulheres.
Esta campanha teve início nos Estados Unidos, em 1991, quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure, hoje, a maior organização de Câncer de mama do mundo, lançou laços cor de rosa aos participantes da primeira corrida pela cura (Karen Race for the Cure), realizada em Nova Iorque. O laço cor de rosa passou a ser o símbolo deste movimento. A partir de então, começaram a surgir diversos tipos de ações, como corridas, desfiles de moda, com sobreviventes e iluminação de locais públicos e monumentos com a cor rosa. Hoje, o Outubro Rosa é realizado em vários países.
No Brasil, a primeira iniciativa de que se tem notícia, foi a iluminação, em rosa, do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (Obelisco do Ibirapuera), em São Paulo, em 2 de outubro de 2002. Desde então, as iniciativas se multiplicaram pelo país em diversos tipos de ações, e podemos visualizar inúmeros monumentos e prédios iluminados de rosa, no mês de outubro, por todos os estados.
No entanto, cabe alertar, segundo orientação de especialistas da área médica, que o autoexame das mamas, amplamente, divulgado nas campanhas de prevenção, não é suficiente, para o diagnóstico precoce da doença. A mamografia é indispensável, para a detecção de lesões precoces.
Neste ponto, nos deparamos com uma realidade cruel, a de que a maioria das mulheres, de baixa renda, que necessita do exame, não tem acesso ao mesmo, através do Sistema Único de Saúde (SUS), isto por que, os mamógrafos, existentes no país, encontram-se distribuídos de forma inadequada e desigual entre os municípios. A maioria concentrados nas capitais, o que dificulta o acesso à maioria da população, além de inúmeros problemas na manutenção dos mesmos, prejudicando, sobremaneira, o rastreamento e diagnóstico precoce. O que se observa é que tanto a incidência da doença quanto à mortalidade vem crescendo no país, que registra 57.960 novos casos por ano, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2016.
Para as mulheres que recebem tal diagnóstico, identificamos a necessidade de muito apoio para lidar com as consequências desta doença, que promovem perdas significativas em diferentes esferas de sua vida, como na auto estima, na possibilidade de vir a ter mutilações, alterações nas relações interpessoais, entre outras. Esta experiência pode ser também transformadora, proporcionando mudanças e nesta perspectiva, o apoio psicológico é fundamental para a passagem por este difícil momento.
Diante de tais dados, nos resta a constatação de que temos uma luta imensa pela frente, que passa pelo empoderamento das mulheres no que se refere, não só ao conhecimento e cuidado com o próprio corpo, com sua saúde mental, bem como do seu papel, como cidadãs, que lutam por seus direitos. Há muito, ainda, a ser feito e conquistado.

Maria Luiza Pradella Ramos - CRP 07/02656
Ângela Pratini Seger – CRP 07/03834