Esse Natal será diferente: Sobre o que será o seu final do ano?
Esse Natal será diferente
Já notou o impacto que as datas tem sobre nós? É interessante olhar para isso, de forma bem prática, é mais um dia como qualquer outro… mas sabemos que não é, pois damos significados para essas ocasiões. Falamos que entramos no nosso “inferno astral” quando nos aproximamos da data do nosso aniversário para descrever uma gama de experiências particulares que surgem. Assim como a reflexão que fazemos quando começa a se aproximar do final do ano sobre o ano que passou, que metas realizamos, o que queremos alcançar no ano seguinte. Essas reflexões podem vir com emoções difíceis de experimentar como tristeza, raiva, culpa e assim por diante.
Não é como se as festas de final de ano fizessem emergir novas dores. Elas já estavam ali. Mas geralmente em datas especiais, refletimos sobre os nossos valores, sobre como está sendo a nossa vida, as relações que são importantes e assim por diante. Ao fazer essa reflexão, nos deparamos com as faltas e isso dói. Lembramos de pessoas que não estão mais aqui, de rituais que mudaram e aí concluímos…
Esse Natal será diferente
Essas faltas transformam as datas especiais. É como se elas, apesar de especiais e celebradas muitas vezes, passam a serem um pouco tristes também. Vivemos um evento importante e lembramos daquela pessoa que não está mais aqui para viver aquilo com a gente. Essas perdas não resumem como será a nossa vida a partir da ocorrência delas, elas fazem parte da nossa experiência e é importante nos permitirmos senti-las. Afinal de contas…
Esse Natal será diferente
Gostaria de convidar você a olhar como toda essa experiência também vem com uma oportunidade de reconectar-se com os seus valores: O que e quem realmente importa na sua vida? Quando você pensa sobre isso, o que lhe vêm a mente? Essa semana conversei com a minha avó e ela falou sobre a tristeza que estava sentindo nessa época, sobre as lembranças que surgiam, sobre a saudade do meu vô e do meu tio que não estarão conosco nesse Natal.
Ontem quando fomos arrumar as decorações de Natal da casa da minha avó, percebi o quanto essas duas pessoas estavam presentes, o meu tio e o meu vô. O meu vô montava a decoração de Natal todos os anos e ele tinha um método bem “preciso” de como fazer isso. Quando ele não tinha mais forças para fazer isso, convocou eu e as minhas primas para assumirmos a tarefa, mas ele ficava ali, conferindo que estávamos fazendo tudo certinho conforme os métodos dele. Nos últimos anos que ele estava bem velhinho, ele nem se envolvia mais com essa tarefa.
Mas ontem aconteceu algo engraçado, minhas primas montaram a árvore e, quando eu e a minha vó fomos olhar como havia ficado, minha vó também perguntou se havíamos notado o que estava diferente na sala… ela havia pendurado ali o quadro do meu vô que ficava no gabinete dele. Só que esse retrato estava do lado da árvore de natal e, no retrato, meu vô estava com a feição mais séria, então eu falei “Ih gurias, não sei se ele aprovou o trabalho de vocês” e começamos a rir.
Aí também vem a pergunta: o que fica? O legado do meu vô está aqui em cada pessoa da minha família. Ali, naquele momento, estávamos muito conectadas com ele. Pois nos conectarmos com os nossos valores é uma experiência muito profunda, essencial, vem a tristeza e também vem essa conexão, sentido e felicidade de estarmos próximos daquilo que importa para nós. Por isso, essa tomada de perspectiva surge com uma oportunidade de escolha: para onde você quer ir? Como você que quer viver a sua vida? Como você quer ser nas suas relações?
Podemos aproveitar esses momentos em que os eventos externos nos reconectam com os nossos valores para nos reconectarmos também com ações que nos aproximam deles. Eu dedico esse texto à minha vó que já nos passa todo o seu legado em vida nos ensinando diariamente a valorizarmos as nossas relações uns com outros e faz isso com muita leveza. Te amo vó, esse natal será diferente, mas não faltará amor e conexão!
Este texto é de autoria do integrante da equipe CEFI Contextus – Mariana Sanseverino Dillenburg