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29 de Agosto de 2020 - Dia Nacional do Combate ao Fumo

DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO

 

Quando na faculdade de medicina, por curiosidade, olhei o que a edição de 1964 do manual de patologia dizia sobre o tabagismo. Algo como: “Há evidência de que o tabagismo esteja relacionado à câncer de bexiga e doenças pulmonares” - ponto final.

 

De lá pra cá, o conhecimento só aumentou. Me recordo de assistir filmes animados - para crianças! - no cinema Baltimore, em Porto Alegre, com a imagem por trás de uma discreta nuvem de fumaça, e de o cheiro de cigarro me incomodando em restaurantes. Na época das proibições era comum ouvir tabagistas queixando-se e sentindo-se perseguidos. Hoje já é mais difícil alguém se queixar. Querendo ou não, essas políticas conscientizaram, parcialmente, a população.

 

Estamos em uma pandemia, isolamento social, mascaras. Mas, em realizando deslocamentos necessários, preste atenção: você verá pessoas na rua, tirando a máscara para fumar. Se do ponto de vista da exposição isso tem impacto alto ou baixo não se sabe, mas o simbolismo choca:

 

Com todo conhecimento que temos sobre isso, com todas possibilidades de tratamento psicológico (entrevista motivacional, terapia cognitiva, terapia comportamental, prevenção de recaída) e farmacológico (bupropiona, vareniclina, adesivo e outras formas de reposição), inclusive no próprio sistema público de saúde, pessoas adultas continuam expondo a si e a pessoas que são caras para eles, tanto pela via da imagem e exemplo quanto pelo tabagismo passivo, a uma substância que é letal e que causa prejuízos na qualidade de vida mesmo sem contar os desfechos finais!

 

Não há informação que outras formas de fumo que não o cigarro - narguilé, cigarro eletrônico, palheiro, etc - sejam mais seguros ou auxiliem a cessação. Mas a primeira propaganda nunca é esta. O “business” do tabagismo é, sempre foi, e claro que sempre será, um “business”.

 

Falando como psiquiatra mas também como tabagista em abstinência, sei que é difícil a cessação. Mas sei que é possível. E sei que vale a pena.

 

Texto do Psiquiatra Emmanuel Kanter da equipe CEFI Integração

Quando na faculdade de medicina, por curiosidade, olhei o que a edição de 1964 do manual de patologia dizia sobre o tabagismo. Algo como: “Há evidência de que o tabagismo esteja relacionado à câncer de bexiga e doenças pulmonares” - ponto final.
De lá pra cá, o conhecimento só aumentou. Me recordo de assistir filmes animados - para crianças! - no cinema Baltimore, em Porto Alegre, com a imagem por trás de uma discreta nuvem de fumaça, e de o cheiro de cigarro me incomodando em restaurantes. Na época das proibições era comum ouvir tabagistas queixando-se e sentindo-se perseguidos. Hoje já é mais difícil alguém se queixar. Querendo ou não, essas políticas conscientizaram, parcialmente, a população.
Estamos em uma pandemia, isolamento social, mascaras. Mas, em realizando deslocamentos necessários, preste atenção: você verá pessoas na rua, tirando a máscara para fumar. Se do ponto de vista da exposição isso tem impacto alto ou baixo não se sabe, mas o simbolismo choca:
Com todo conhecimento que temos sobre isso, com todas possibilidades de tratamento psicológico (entrevista motivacional, terapia cognitiva, terapia comportamental, prevenção de recaída) e farmacológico (bupropiona, vareniclina, adesivo e outras formas de reposição), inclusive no próprio sistema público de saúde, pessoas adultas continuam expondo a si e a pessoas que são caras para eles, tanto pela via da imagem e exemplo quanto pelo tabagismo passivo, a uma substância que é letal e que causa prejuízos na qualidade de vida mesmo sem contar os desfechos finais!
Não há informação que outras formas de fumo que não o cigarro - narguilé, cigarro eletrônico, palheiro, etc - sejam mais seguros ou auxiliem a cessação. Mas a primeira propaganda nunca é esta. O “business” do tabagismo é, sempre foi, e claro que sempre será, um “business”.
Falando como psiquiatra mas também como tabagista em abstinência, sei que é difícil a cessação. Mas sei que é possível. E sei que vale a pena. Psiq Emmanuel Kanter- CEFI Integração