18 de maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Desde 2000, o dia 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. No Rio Grande do Sul, entre 2015 e 2020, foram notificados 15.020 casos de violência sexual (SINAN- Min.da Saúde). Destes, 33,5% contra crianças e 42,6% contra adolescentes, representando 76,1% dos casos notificados. Das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, 82,8% eram do sexo feminino e 17,2% do masculino; e 71,6% dos casos ocorreram na residência da vítima.
Estima-se que os casos de violência contra crianças e adolescentes tenham se acentuado neste novo contexto de isolamento social, especialmente quando somado ao agravamento da vulnerabilidade desta população, que muitas vezes está sob a dependência física e psíquica do próprio abusador.
Relatos espontâneos de violência por parte da vítima são infrequentes, já que o abuso permanece em segredo por mecanismos de intimidação bem conhecidos. Sinais físicos de abuso sexual nem sempre são evidentes. É preciso pensar na possibilidade mesmo na falta deles e observar sinais indiretos, como mudança de comportamento e estado emocional da criança/adolescente. São sinais de alerta, embora inespecíficos, os distúrbios do sono (pesadelos, terror noturno), distúrbios do apetite, tristeza/apatia, isolamento, ansiedade, agressividade, fobias e comportamento evitativo (por pessoa ou lugar específico), automutilação, tentativa de suicídio, fuga de casa, delinquência, promiscuidade e queixas somáticas recorrentes sem causa orgânica.
As atuais restrições de convivência social da pandemia nos desafiam a redobrar esforços. Creches, escolas e convívio social sempre foram meios de identificar situações de abuso sexual infantil. Assim, mais do que nunca precisamos estar atentos aos sinais e pensar novas formas, inclusive através de canais virtuais, de ampliar e integrar as ações de vigilância da sociedade civil às redes públicas de proteção e assistência às vítimas de violência sexual infantil. É uma responsabilidade social. Precisamos ser a voz dos que não tem voz!
Disque 100 – Vítimas ou testemunhas de violações de direitos de crianças e adolescentes, como violência física ou sexual, podem denunciar anonimamente pelo Disque 100. As ligações são gratuitas e você não precisa se identificar
Artigo por Dra. Michelli Osanai da Costa, Médica Ginecologista/ Sexóloga/Terapeuta de Casal e Família e Coordenadora do Núcleo CEFI EDUSEX