
Sobre qualidade da presença
Qualidade de presença tem a ver com se sentir escutado(a) mesmo sem falar nada....
08 de Outubro de 2025
Qualidade de presença tem a ver com se sentir escutado(a) mesmo sem falar nada....
08 de Outubro de 2025
Nas relações amorosas, a vulnerabilidade de nos conectarmos profundamente com o outro envolve uma expectativa de cuidado, validação e segurança. Ao abrirmos espaço para o vínculo, confiamos que a parceria não nos causará dor intencionalmente. Quando essa expectativa é violada, o impacto emocional pode ser vivido como uma verdadeira traição....
29 de Setembro de 2025
O Setembro Amarelo nos convida a falar sobre a dor emocional, o sofrimento psíquico e a importância de prevenir o suicídio com mais empatia, informação e ação. Nesse cenário, a Terapia Comportamental Dialética (DBT) se destaca como uma abordagem baseada em evidências que oferece suporte não apenas às pessoas que sofrem, mas também às suas famílias — especialmente quando falamos de adolescentes e adultos com intensa desregulação emocional, autolesões ou pensamentos suicidas....
15 de Setembro de 2025Não tem como eu fugir de escrever sobre o último final de semana. A querida Manuella O’Connel esteve conosco no CEFI conduzindo o Workshop de Mindfulness nas Relações Interpessoais. Foram um sábado inteiro e uma manhã de domingo intensos em práticas. Tenho certeza de que saí diferente de como entrei.Mindfulness, ao contrário do que muitos imaginam, não é “esvaziar a mente”, mas escolher, com intenção, algo do mundo interno ou externo para direcionar a atenção. Isso significa estar presente no que penso, sinto ou no que acontece ao. meu redor, sem me apegar, permitindo que pensamentos e emoções passem como nuvens no céu ou ondas no mar.Mas afinal, pra que serve isso?Praticar mindfulness nos ajuda a estar conscientes do que acontece em nós, oferecendo a chance de escolher como agir, em vez de responder no piloto automático, com impulsos que tantas vezes prejudicam nossas relações.Nas terapias contextuais, o mindfulness é uma ferramenta essencial de mudança. O terapeuta exercita a presença para escolher intervenções mais adequadas, observar o paciente com clareza ou ensinar o próprio paciente a se observar. Essa postura faz do mindfulness não apenas uma técnica, mas um contexto de transformação. A novidade que a psicóloga argentina nos trouxe foi usar o mindfulness como um veículo de mudança! Ou seja, usar essa atenção na relação para transformar os padrões relacionais do paciente.Nesse lugar, a atenção do terapeuta se volta para si, para o paciente e para a relação, momento a momento. Não importa tanto o que é “certo” ou “errado” dizer, mas como as palavras do outro ressoam em mim. Aprendi que, se estou de fato conectada com aquela relação, no “Eu, Aqui, Agora”, consigo captar o que muitas vezes não pode ser dito pelo paciente, e isso potencializa a intervenção de forma profundamente transformadora.Sentar diante de alguém com abertura e presença não é nada fácil. Requer o lema da FAP (Terapia Analítica Funcional): Consciência, Coragem e Amor. Quando falamos a partir dessa postura, a conexão com o outro é inevitável. E que lindo seria se pudéssemos levar isso para todas as nossas relações, não apenas como terapeutas, mas como pessoas. Esse aprendizado tocou algo muito valioso em mim: o desejo de paz entre as pessoas e no mundo. Foi por esse ideal que escolhi estudar jornalismo — queria contribuir para uma sociedade mais justa. E, depois da decepção com a profissão, a psicologia me abriu novas formas de melhorar a vida das pessoas, ainda que de maneira mais individual.Descobrir o mindfulness interpessoal com a Manuella me fez perceber que o que carrego no coração também pode estar presente em sessão. A psicoterapia não precisa ser apenas intelectual. Marsha Linehan, criadora da Terapia Comportamental Dialética – DBT) já descrevia a dialética entre mente racional e mente emocional, que se encontram na mente sábia. Estar diante do outro em plena atenção é, ao mesmo tempo, desafiador e transformador. É como se cada silêncio ganhasse sentido, e cada palavra viesse, finalmente, do coração....
10 de Setembro de 2025
Estava preparando meu café da manhã, moendo alguns grãos com o moedor elétrico — um presente querido que ganhei das minhas irmãs — enquanto a água esquentava na chaleira. Escolhi uma das minhas xícaras favoritas, presente de amigas muito especiais, e deixei o café filtrar direto para a garrafinha térmica que comprei nos tempos em que fazia duas graduações e passava o dia fora de casa. Naquela época, costumava carregar chá quente para enfrentar os dias gelados de Porto Alegre no ônibus....
02 de Setembro de 2025
Em uma manhã de domingo, enquanto eu bebia meu café, uma playlist tranquila tocava. Uma música com melodia calma e agradável ganhou minha atenção. Ela dizia: “Vá devagar, sua criança louca. Você é tão ambicioso para um jovem. Mas se você é tão esperto. Me diga por que ainda tem tanto medo?” (“Slow down, you crazy child. You’re so ambitious for a juvenile. But then if you’re so smart. Tell me why are you still so afraid?”). Era uma música que há algum tempo uma amiga havia me indicado e, embora eu a tivesse ouvido antes, eu ainda não havia parado para escutá-la plenamente. Se chamava Vienna, de Billy Joel, interpretada por Gretta Ray. Continuei escutando: “Onde está o fogo? Pra quê a pressa? É melhor você se acalmar antes que você se esgote. Você tem tanto o que fazer e tão poucas horas em um dia” (“Where’s the fire? What’s the hurry about? You better cool it off before you burn it out. You got so much to do and only so many hours in a day”). Aquilo me tocou e me permiti sentir cada verso....
20 de Agosto de 2025
Anteontem aconteceu algo interessante, era domingo, eu estava estudando para a disciplina que vou começar a ministrar essa semana. Meu estudo estava rendendo, somado a uma ansiedade pelo início das aulas que me fazia estar mergulhada nos livros naquele momento. Eu gosto muito de dar aula, mas também é uma atividade que eu me cobro muito, pois quero entregar um bom trabalho. Nesse dia, eu estava sentada estudando na mesa da cozinha, ao meu lado, tinha uma sacola de bananas que eu havia comprado na feira para a minha avó. Meu marido havia amado as bananas que eu comprei na feira na semana anterior e as achou muito doces, então, nesse fim de semana, eu havia comprado um cacho para a minha avó pois queria compartilhar essa experiência com ela. Mas o fim de semana foi corrido e eu não havia conseguido visitá-la antes. Agora estava eu, num domingo início da noite, estudando com o saco das bananas ao meu lado. Eu olhei para elas, pensei “estou rendendo nos estudos, se eu seguir aqui, vou conseguir ler mais alguns capítulos ainda hoje” e meu primeiro impulso foi seguir ali estudando e desistir da visita. Essa decisão me gerou um breve alívio, mas a seguir senti uma inquietação. Se eu não visse a minha vó naquele dia, talvez teria que esperar mais uma semana para vê-la, pois com a rotina super corrida dessa semana, ficaria difícil passar lá. Será que valia a pena deixar de ter esse momento com a minha vó para ler mais algumas páginas?...
05 de Agosto de 2025
“Será que tem uma cláusula no contrato da relação que autoriza tratar o outro com menos gentileza depois de alguns anos juntos?”...
29 de Julho de 2025Costumo pensar no impacto que as estações do ano possuem na desregulação emocional ou nos transtornos de humor. Moro no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre e estamos passando por um rigoroso inverno, de muito frio e baixas temperaturas. Ainda com olhar de uma terapeuta comportamental contextual, que embasa sua atuação com foco no contexto, fiquei me questionando, de forma curiosa, sobre os fatores de vulnerabilidade num processo de desregulação emocional, tendo o frio e seus efeitos, como um elo importante dessa cadeia de “comportamentos problema”. E como usar habilidades da DBT para diminuir a intensidade emocional e possíveis crises nesse período?...
05 de Julho de 2025Quando parei pra encontrar com esse “eu” de vinte e poucos anos atrás, parece que um portal se abriu. Como se o tempo desse uma pequena dobra e eu pudesse olhar nos olhos daquela jovem recém-formada em jornalismo, sem saber que um dia se tornaria psicóloga....
01 de Julho de 2025